Robert Francis Prevost é escolhido como o primeiro papa americano



Raízes de Chicago à Liderança no Vaticano



Nascido em Chicago em 14 de setembro de 1955, em uma família com herança francesa, italiana e espanhola, a jornada de Robert Francis Prevost rumo ao papado começou no Meio-Oeste. Sua mãe, Mildred Martínez, era conhecida por preparar pratos irresistíveis que atraíam um fluxo constante de padres para a casa da família, enquanto seu pai, Louis Marius Prevost, atuava como catequista. Essas influências iniciais, juntamente com sua experiência como coroinha, moldaram sua vocação.

Após se formar em matemática pela Villanova University em 1977, Prevost ingressou na Ordem de Santo Agostinho. Sua formação continuou com um mestrado em Divindade pela Catholic Theological Union em Chicago e estudos de doutorado em direito canônico no Pontifício Colégio de Santo Tomás de Aquino, em Roma. Antes de sua nomeação como Prefeito do Dicastério para os Bispos em 2023, Prevost serviu extensivamente no Peru, passou dois mandatos como superior da ordem agostiniana e foi bispo de Chiclayo. Apesar de ter nascido nos Estados Unidos, ele passou apenas cerca de um terço de sua vida no país, com a maior parte de seu ministério focada na América Latina e na Europa.



A dupla cidadania do Cardeal Prevost, tanto nos Estados Unidos quanto no Peru, desempenhou um papel significativo em sua candidatura ao papado, ajudando-o a superar a relutância tradicional em eleger um papa americano. Embora possua cidadania norte-americana, suas décadas de serviço no Peru—onde obteve nacionalidade peruana e atuou como missionário e bispo—deram-lhe credibilidade além das fronteiras dos Estados Unidos. Essa identidade dupla o posiciona como um construtor de pontes entre a América do Norte e a América do Sul, personificando o que alguns chamaram de primeiro papa verdadeiramente “americano” no sentido continental.

Seu histórico multinacional também oferece vantagens práticas. Poliglota fluente em cinco idiomas (inglês, espanhol, italiano, francês e português) e com capacidade de leitura em latim e alemão, Prevost pode se comunicar diretamente com cardeais e católicos ao redor do mundo. Essa versatilidade linguística, combinada com sua experiência internacional e dupla cidadania, permitiu-lhe navegar tanto pela polarização dentro da Igreja quanto pelas preocupações geopolíticas que poderiam, de outra forma, ter impedido um americano de ascender ao papado.



Histórico da Ordem Agostiniana




A formação espiritual do Cardeal Prevost foi profundamente moldada pela Ordem de Santo Agostinho (OSA), uma ordem religiosa mendicante à qual ele ingressou em 1977 e onde fez seus votos solenes em 1981. Os agostinianos seguem uma tradição que equilibra "amor e conhecimento", com frades levando vidas semi-monásticas engajados em vários ministérios, incluindo educação e trabalho prisional Essa base espiritual provou ser crucial para a filosofia de liderança de Prevost.

Sua ascensão dentro da ordem agostiniana foi meteórica. Após servir no Peru, Prevost foi eleito provincial para a região do Meio-Oeste em 1999, e depois Prior Geral da ordem agostiniana mundial em 2001. Essa posição prestigiosa, que ocupou por dois mandatos consecutivos de seis anos até 2013, o colocou no Instituto Patrístico Pontifício Agostiniano ("Augustinianum"), adjacente à Praça de São Pedro—um local privilegiado para encontrar clérigos visitantes de todo o mundo. Durante seu mandato como Prior Geral, Prevost viajou extensivamente para quase 50 países onde a ordem agostiniana mantém presença, desenvolvendo a perspectiva global e as habilidades administrativas que mais tarde o serviriam na liderança do Vaticano. Seu lema episcopal, "In Illo uno unum" ("embora sejamos muitos cristãos, no único Cristo somos um"), extraído dos escritos de Santo Agostinho, reflete a ênfase da ordem na unidade através de Cristo.

Postar um comentário

Please Select Embedded Mode To Show The Comment System.*

Postagem Anterior Próxima Postagem