A Espera por um Novo Papa Continua
Ainda não foi desta vez. Reunidos para duas votações na Capela Sistina na manhã desta quinta-feira, segundo dia do Conclave, os 133 cardeais votantes ainda não chegaram a um consenso em torno do nome do próximo Sucessor de Pedro. A indicar, a fumaça preta que saiu da chaminé instalada no telhado da Capela Sistina por volta das 6h50 da manhã (horário de Brasília), sob o olhar de milhares de pessoas reunidas na Praça São Pedro e das câmaras e lentes de jornalistas de todo o mundo.
O sinal da fumaça preta significa que nenhum cardeal conseguiu alcançar a maioria qualificada de dois terços dos votos necessários para ser eleito como novo Papa. Para ser eleito, o candidato precisa receber pelo menos 89 votos dos 133 cardeais eleitores presentes no conclave.
Próximas Votações
Após as votações da manhã, os cardeais retornaram à Casa Santa Marta para o almoço e um breve descanso. Às 10h45 (horário de Brasília), está previsto o traslado dos cardeais de volta ao Palácio Apostólico para mais uma rodada de votações na Capela Sistina.
Os horários prováveis para a saída da fumaça nas próximas sessões são:
- 12h30 (horário de Brasília): Após as primeiras votações da tarde
- 14h00 (horário de Brasília): Após as últimas votações do dia
O Processo de Votação no Conclave
Em cada sessão de votação, os cardeais seguem um ritual meticuloso que tem sido mantido ao longo de séculos. Cada cardeal recebe uma cédula retangular com os dizeres "Eligo in Summum Pontificem" ("Elejo como Sumo Pontífice") na parte superior.
O processo segue estas etapas:
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Os cardeais escrevem à mão o nome de sua escolha na parte inferior da cédula, disfarçando sua caligrafia para manter o anonimato.
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Um por um, em ordem de precedência, os cardeais caminham até o altar, onde está a urna (um cálice coberto por uma pátena).
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Cada cardeal faz um juramento em voz alta: "Testemunho perante Cristo, que me julgará, que meu voto é dado àquele que, diante de Deus, considero que deve ser eleito".
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O cardeal deposita a cédula dobrada na pátena e depois a deixa deslizar para dentro do cálice.
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Após todos votarem, os escrutinadores (três cardeais escolhidos por sorteio) contam as cédulas e anunciam os resultados.
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Se nenhum candidato recebe os dois terços necessários, as cédulas são queimadas com um aditivo químico que produz fumaça preta.
Um Momento de Oração e Expectativa
Enquanto o mundo aguarda, a Praça São Pedro continua a receber fiéis de diversos países, unidos em oração pelo discernimento dos cardeais eleitores. Muitos peregrinos permanecem horas a fio, com o olhar fixo na pequena chaminé, esperando o momento em que a fumaça branca anunciará ao mundo que temos um novo Papa.
Nos arredores do Vaticano, diversos grupos de fiéis realizam vigílias de oração, implorando a assistência do Espírito Santo para este momento decisivo na história da Igreja.
A História dos Conclaves: Quanto Tempo Pode Durar?
A duração dos conclaves tem variado significativamente ao longo da história. No passado, alguns conclaves se estenderam por meses ou até anos. O mais longo ocorreu em Viterbo, Itália, entre 1268 e 1271, durando incríveis 2 anos e 9 meses, após o qual foi eleito o Papa Gregório X.
Nos tempos modernos, porém, os conclaves costumam ser mais breves. O conclave que elegeu o Papa Francisco em 2013 durou apenas dois dias, com cinco votações. Já o conclave que elegeu o Papa Bento XVI em 2005 foi ainda mais rápido, com apenas quatro votações em dois dias.
Não há, contudo, como prever quanto tempo durará o atual conclave. A eleição depende do discernimento coletivo dos cardeais e da busca pelo consenso em torno de um candidato que possa liderar a Igreja nos próximos anos.
Os Cardeais Papáveis
Embora os nomes dos candidatos e o número de votos que cada um recebe sejam mantidos em estrito sigilo, vários cardeais têm sido mencionados por observadores do Vaticano como possíveis "papáveis" – um termo italiano usado para descrever os cardeais considerados mais prováveis de serem eleitos.
Contudo, como lembra um antigo ditado romano: "Quem entra papa no conclave, sai cardeal" – indicando que frequentemente os favoritos antes do conclave não são os escolhidos. A história da Igreja está repleta de "papas surpresa", como o próprio João Paulo II, que era relativamente desconhecido quando foi eleito em 1978.
Um Convite à Paciência e à Oração
Enquanto aguardamos notícias do conclave, somos convidados a acompanhar este momento histórico com espírito de fé e oração.
Como fiéis católicos, acreditamos que o Espírito Santo guia a Igreja em todos os momentos, especialmente durante a eleição de um novo Pastor Universal. A fumaça preta que vimos hoje não é sinal de fracasso, mas parte do processo de discernimento que, em seu tempo próprio, nos dará um novo Santo Padre.
Continuemos unidos em oração, pedindo que o Espírito Santo inspire os cardeais a escolherem um Papa segundo o coração de Deus, capaz de guiar a Igreja nos desafios do mundo contemporâneo e de anunciar com renovado vigor o Evangelho de Jesus Cristo.
Continuaremos acompanhando os desdobramentos do conclave e traremos atualizações assim que houver novidades. Fique atento ao nosso blog para a cobertura completa da eleição do novo Papa.