Um dos mais belos relatos bíblicos de um
relacionamento de intimidade entre Deus e um homem certamente é aquele
narrado no I Samuel 3, 4-10. Depois de ser orientado pelo sacerdote
Heli, o menino Samuel aprendeu que era preciso sintonizar seu ouvido com
a boca de Deus, através da oração. Não há nenhuma referência posterior
falando de outra dificuldade semelhante, ele aprendeu a ouvir a voz de
Deus.
Este é um desafio que precisa ser vencido
por todos aqueles que desejam se aventurar na vida no Espírito:
aprender a se colocar em permanente escuta, pois o Espírito Santo deseja
dirigir, orientar nossas vidas.
Deus deseja revelar-se a nós, para isto
precisamos nos manter em constante oração para discernir qual a direção a
seguir, qual a vontade de Deus para esta ou aquela situação de nossa
vida. Esta é uma das características da Renovação Carismática Católica:
estar continuamente a escuta do Espírito Santo. Em nosso Movimento, não
apresentamos a Deus os nossos projetos para que sejam abençoados, ao
contrário disto, perguntamos a Deus quais são os Seus projetos.
Sendo nosso Deus um Deus vivo, é natural
que responda às nossas orações. Nossa oração não deve ser de forma
alguma um monólogo, no qual nos colocamos diante de Deus e simplesmente
despejamos nossos problemas, pecados, medos, sonhos. Ao contrário, deve
ser um diálogo, no qual falamos com Deus e em seguida silenciamos para
ouvir sua voz, que nos orienta, direciona, exorta e consola. Ao nos
colocarmos em oração, devemos ter a certeza que Deus deseja
responder-nos. No entanto, para isso precisamos aprender a silenciar.
Em nossas reuniões de oração, cria-se
assim o que é denominado em nosso ambiente de “ciclo carismático”, que é
composto pelos seguintes elementos:
a) Oração, louvor (cânticos ou preces)
b) Orações em línguas
c) Momento de silêncio
d) Profecia
e) Resposta à palavra dirigida pelo Senhor, com exultante louvor
Para ouvirmos a voz de Deus, é preciso
cultivar em nossas reuniões de oração momentos de silêncio, que são
extremamente fecundos, pois é no silêncio que o Espirito Santo irá falar
conosco em profecia, ou nos dar o tom a ser seguido na condução da
oração.
O silêncio não é somente a ausência de
algum barulho exterior, mas uma atitude interior, de alguém que com fé
expectante aguarda ouvir a voz do Senhor. Quando nos colocamos diante da
presença de Deus desta maneira, com toda certeza ouviremos a sua voz
suave em nosso interior.
A Exortação Apostólica Pós Sinodal Verbum Domini em seu número 14 diz o seguinte:
"Consequentemente, o Sínodo recomendou
que se ajudassem os fiéis a bem distinguir a Palavra de Deus das
revelações privadas, cujo papel não é (…) “completar” a Revelação
definitiva de Cristo, mas ajudar a vivê-la mais plenamente, numa
determinada época histórica. O valor das revelações privadas é
essencialmente diverso do da única revelação pública: esta exige a nossa
fé; de fato nela, por meio de palavras humanas e da mediação da
comunidade viva da Igreja, fala-nos o próprio Deus. O critério da
verdade de uma revelação privada é a sua orientação para o próprio
Cristo. Quando aquela nos afasta d’Ele, certamente não vem do Espírito
Santo, que nos guia no âmbito do Evangelho e não fora dele. A revelação
privada é uma ajuda para a fé, e manifesta-se como credível precisamente
porque orienta para a única revelação pública. Por isso, a aprovação
eclesiástica de uma revelação privada indica essencialmente que a
respectiva mensagem não contém nada que contradiga a fé e os bons
costumes; é lícito torná-la pública, e os fiéis são autorizados a
prestar-lhe de forma prudente a sua adesão. Uma revelação privada pode
introduzir novas acentuações, fazer surgir novas formas de piedade ou
aprofundar antigas. Pode revestir-se de um certo caráter profético (cf. 1
Ts 5, 19-21) e ser uma válida ajuda para compreender e viver melhor o
Evangelho na hora atual; por isso não se deve desprezá-la."
2 comentários:
Sabemos q a graça multiplicada pela força da oração nos grupos de oração tem o poder de Libertação mto grande pelo louvor as pessoas experimentam a alegria carismática, sendo considerados "loucos por Cristo".... Viva Cristo!!! Louvado Seja!!
É verdade Léo, a graça que o Senhor tem derramado nos grupos são verdadeiramente pentecostes atualizados mas também é importante que aquele que é batizado no Espírito tenha o consciência de vivenciar a cultura de Pentecostes e fazê-la real em nossa sociedade e não apenas nos Grupos de Oração.
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