Diante do Altar

Quero sempre estar

Grupo de Oração da Renovação Carismática Católica que vive a Cultura de Pentecostes na presença de Jesus Sacramentado.
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Koinonia, marturia e diaconia

 
Palavras estrangeiras podem fazer com que um documento pareça ter mais autoridade e ser mais erudito. Em nosso caso, essas palavras estrangeiras são usadas unicamente por necessidade. As palavras gregas koinonia, diakonia e marturia não são palavras requintadas, mas são o princípio da nossa existência como Igreja, como comunidade ou como o corpo de Cristo.

Como introdução, explicarei brevemente seu significado: koinonia poderia ser descrita como amizade ou companheirismo cristão no Espírito Santo, que acontece especialmente pela nossa participação na Santa Comunhão. Diakonia é serviço ou ministério, associado com as necessidades materiais e espirituais da comunidade e também além dela. Marturia é dar testemunho. Pelo seu testemunho autêntico, muitos cristãos entregaram suas vidas em tempos de perseguição — ação essa que é preservada até os dias de hoje na palavra “mártir”.


Este modelo de ministério pastoral formado por três palavras descreve a função da Igreja no mundo. Todos os modelos de ministério pastoral têm, necessariamente, suas raízes e derivam suas forças do que é mais importante e central na Igreja: a Eucaristia. O Catecismo da Igreja Católica ensina, “Os fiéis são alimentados pelo Corpo e pelo sangue de Cristo a fim de crescerem na comunhão do Espírito Santo e de comunicá-la ao mundo” (948). A nossa participação na Santa Comunhão propicia a ligação essencial entre koinonia,  diakonia e marturia. São João Crisóstomo confere grande importância à prolongação da Eucaristia por meio
de obras de amor e misericórdia.

Por sua própria natureza, a Renovação Carismática Católica,sendo carismática, é estimulada e inspirada
pelo Espírito Santo para mover-se no mundo em solos ainda não mapeados e terrenos desconhecidos.
Seu caráter jorra do coração da Igreja para o mundo, para servir ao mundo todo, testemunhando
assim a vitória de Cristo e Sua presença no meio de nós. É muito semelhante à visão de Ezequiel (Ez 47).

Surprendentemente, à medida que ele se afastava do templo, a água que jorrava da fonte do templo ficava cada vez mais profunda. O Espírito Santo opera maravilhas através de nós se nós encontrarmos a nossa fonte em primeiro lugar no coração da Igreja, e em Segundo lugar da experiência do batismo no Espírito Santo. Esta experiência nos ajuda a permanecermos “firmes num só espírito, lutando juntos com uma só alma, pela fé do evangelho.” (Fl 1, 27)


Unidade não significa uniformidade. Ela não exclui diversidade ou distinção. Na verdade, não uniformidade é a raiz da unidade. Falar de unidade deriva-se do fato de que somos todos diferentes e temos diferentes tarefas para cumprir no nome de Nosso senhor e Salvador Jesus Cristo. O nosso modelo de unidade é o próprio Deus: Um Deus, três Pessoas distintas, percebidas na história humana através de sua função na economia da salvação. O ser da Trindade é caracterizado por “um amor extasiado de um pelo outro” (Daniel J. Treier, Mark Husbands, Roger Lundin, The Beauty of God: Theology and the Arts, pg 22). É um amor dinâmico, ativo e eternamente criativo.

Este é a razão porque o modelo da koinonia, diakonia e marturia deveria caracterizar o trabalho pastoral da RCC e acentuar sua identidade. Se o nosso ponto de partida é a koinonia, então a nossa ação é dinâmica e criativa, e na medida em que ela transborda para o mundo através da nossa diakonia, ela se torna cada vez mais profunda. Mais profunda no mistério do Deus Trino, especialmente através dos sacramentos, oração e Sagrada Escritura, para a nossa própria santificação. Mais profunda na ação dinâmica do Espírito Santo, que quer curar o mundo e transformá-lo. Mais profunda nas estruturas do mundo, sejam elas sociais, políticas  ou culturais, estruturas essas que podem ser libertas de toda espécie de mal (cf. João Paulo II,
Redemptoris Hominis, 15).

Nós podemos agora compreender plenamente porque o chamado de Jesus para a unidade não é um chamado vazio e arbitrário (cf. Jo 13,35). O ato de amor e misericórdia torna-se por si só um grande sinal da presença de Deus no mundo. O aspecto da marturia nunca pode ser um ato isolado, um projeto
que surge da necessidade de evangelizar. A marturia jorra do altar do Senhor, que faz com que aconteça a
diakonia, o serviço de autodoação a todos.


Fonte: www.iccrs.org

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