Diante do Altar

Quero sempre estar

Grupo de Oração da Renovação Carismática Católica que vive a Cultura de Pentecostes na presença de Jesus Sacramentado.
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Torrentes de avivamento - As difucldades e benefícios de uma vida plena no Espirito Santo

“Conduziu-me então à entrada do templo. Eis que jorrava de sob o limiar do edifício, em direção do oriente. O homem foi para o oriente com uma corda na mão: mediu mil côvados; a seguir fez-me passar a água, que me chegou até os tornozelos. Mediu ainda mil côvados e me fez atravessar a água, que me subiu até os joelhos. Mediu de novo mil côvados e fez me atravessar a água, que me subiu até os quadris. Mediu enfim mil côvados; e era uma torrente que eu não podia atravessar; de tal modo as águas tinham crescido! E era preciso nadar, era um curso d´água que não se podia passar. Viste, filho do homem ? Ora, retornando, avistei nas duas margens da torrente uma grande quantidade de árvores. Estas águas, disse-me ele, dirigem-se para a parte oriental, elas descem à planície do Jordão; elas se lançarão no mar, de sorte que suas águas se tornarão mais saudáveis. Em toda parte aonde chegar a corrente, todo animal que se mova na água poderá viver, e haverá lá grande quantidade de peixes. Tudo o que esta água atingir se tornará são e saudável e em toda parte aonde chegar a torrente haverá vida" (Ez 47,1-9). 

Os tempos em que vivemos exigem, de nossa parte, vigilância e firmeza no Senhor. Vigilância porque o mundo espiritual está em grande mobilização, e isto indica que algo muito, muito grande está para acontecer; firmeza, porque o maligno sabe que pouco tempo lhe resta. Ele está derramando sobre a terra todo o seu arsenal de ódio, iniquidade e distração. Mas Deus é Deus, e abriu as comportas dos céus e, do seu trono está jorrando rios de águas vivas. Em sua nascente, estes rios de avivamento são tímidos. Porém se tornam caudalosos, gigantescos, incontroláveis em seu curso. 

Verdadeiramente, não há nada que possa deter estas poderosas águas do Espírito. Sua força é demolidora. É uma explosão, erupção, avalanche da graça atingindo os quatro cantos da terra. 

O vento de Deus está soprando abundantemente como nunca se viu antes. Por toda parte o Senhor está renovando vidas. E o mover de Deus está à procura de homens e mulheres ardentes, abrasados, sedentos dele; que queiram se deixar envolver, moldar e transformar; que estejam dispostos a pagar o preço da visitação do Senhor; que se rendam incondicionalmente à soberana vontade do Pai. 

Ele espera de nós um passo de radicalidade e ousadia na fé. Uma decisão definitiva e irrevogável de consagração, mortificação e submissão. Só quando isto acontecer é que seremos levados a nadar, a mergulhar, a saborear das profundezas de uma vida divina, sobrenatural, cheia de vitória, poder, e abundantes frutos. 

É isto que Deus quer para você! Ir mais além, mais fundo, nadar, mergulhar além dos oceanos da glória e do poder de Deus. É este o desejo do Senhor para cada um de nós. Aleluia! Chegou à hora de bebermos destas águas! É hora de tomarmos posse da vida plena que Deus tem para nós. Mas, infelizmente, muitas pessoas não estão interessadas nisto. 

VIVENDO DE MIGALHAS
Outras estão satisfeitas com o “baldinho” que encheram, ou com as “migalhas” que caem da mesa. Vivem como mendigos sendo herdeiros do dono de tudo. É a este povo renitente que o profeta Ageu clamou: "Considerai o que fazeis! Semeais muito e recolhei pouco; comeis e não vos saciais; bebeis e não chegais a apagar a vossa sede. Refleti no que fazeis!" (Ag 1,5-7). Uma vida infrutífera, regada de decepções, impregnada de insatisfações e perdas. Estes são os cristãos com escoliose espiritual, que só se deixam molhar até os tornozelos. Aceitam o Senhor com reservas. Querem conservar o resto de seu corpo, uma parte de suas vidas para si. Querem fazer muitas coisas, mas sem a menor preocupação em discernir à vontade de Deus para elas. E aí estão sempre cansadas; não crescem; não chegam a plenitude de vida; nunca atingem a estatura de Jesus Cristo, pois não há maturidade cristã sem conhecermos o caminho da cruz. 

CORAÇÃO DIVIDIDO
Outros caminham mais mil côvados e chegam com as águas até os joelhos. E estes bem simbolizam aqueles cristãos que entraram nas águas com alegria e disposição, mas as preocupações e o excessivo cuidado com seus bens, sua família, seu trabalho, e tantas outras coisas, acabam por desacelerar o processo de entrega ao Senhor. São os servos de coração dividido. Desta forma, os joelhos destes cristãos claudicantes acabam enrijecidos e atrofiados, já não podendo mais caminhar. 

PECADOS OCULTOS E FALHAS DE REPETIÇÃO
Outros chegam com as águas até os quadris. E quando estão quase lá, não conseguem ultrapassar os limites da superficialidade por causa das situações de pecados ocultos. Estão sempre dissimulando, teorizando na fé, sendo indulgentes as falhas de repetição. Eles caíram nas arapucas, nos laços e visgos do maligno, e já não têm mais paz e liberdade. Assim ficam distantes dos rios da vida, que poderiam saciar a sede que têm de Deus. 

PARA OS QUE BUSCAM DE TODO CORAÇÃO
Mas, aos que buscam ao Senhor de todo o coração, de toda a alma e de toda as forças (Dt 6,5), o Senhor derrama e derramará, mais e mais, as suas benção sem limites, num manancial de refrigério e vida. São “como a árvore plantada na margem das águas correntes” (Sl 1,3), que dão frutos na época certa e não são derrubadas pelos ventos e tempestades. Suas raízes são profundas e não bebem das águas contaminadas deste mundo, mas das águas cristalinas escondidas no mais profundo das fontes do Espírito. Então, quanto mais caminhamos, mais o Senhor nos dá. Quanto maior nossa sede, mais beberemos “com alegria água das fontes da salvação” (Is 12,3). 

ÁGUAS QUE MATAM A SEDE
A promessa destas águas que matam a sede, restauram a alma e vivificam o coração, fora feita séculos antes de Cristo pelo profeta Isaías: "Ah! todos vós os que tendes sede, vinde às águas" (Is 55,1). Essa mesma promessa é feita agora a cada um de nós pelo próprio Jesus: "Se alguém tem sede venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de águas vivas. Disse isto falando do Espírito Santo que haveriam de receber os que nele cressem" (Jo 7,37-39). Jesus se apresenta como a fonte das águas borbulhantes e cristalinas que descem do Céu. 

O Senhor já falara a samaritana da excelência destas águas vivas do Espírito, em relação ás águas vivas que conhecia do poço de Jacó. Mas agora apresenta elementos novos. Ele diz que em nosso interior podemos ter uma fonte assim. E a samaritana, ouvindo isto, não entendeu nada, assim como Nicodemos também nada entendeu sobre o novo nascimento. Aquela mulher pré-figurava a própria Igreja: um povo estrangeiro (como os samaritanos eram considerados pelos judeus), sem direito a salvação, a herança de Deus, mas sedento de beber da fonte da vida. 

Ela ouviu a promessa dos lábios de Jesus e pensou que ele estava se referindo a água material e sede física. Na verdade, a samaritana só conhecia este tipo de água. Ela já havia experimentado a falta de chuvas, as secas dos rios, o calor dos desertos. Seus ancestrais lhe ensinaram que faltar água era faltar vida, nas terras escaldantes e pedregosas da Palestina. Ela nascera numa terra onde só chove no inverno e a maioria dos rios, com exceção do Jordão, só corre em cheias ocasionais, causadas pelos degelos do Monte Hermon, para em seguida voltarem a ficar com seus leitos secos. Dai todos os esforços para a escavação de dois tipos de poços: os para armazenamento das águas das chuvas, e os para obter-se águas subterrâneas. O primeiro tipo eram as cisternas, o segundo os poços de águas vivas. As cisternas guardavam uma certa quantidade de água, os poços de águas vivas eram geradas em fontes ou correntes, e jorravam água em abundância. As águas de cisterna tinham águas estagnadas, que tinham um sabor forte, carregado; as águas vivas eram saborosas, mais frescas e mais puras. Estes poços foram abertos pelos patriarcas e pastores, muitos dos quais os filisteus encheram de entulho e cobriram de terra (Gn 26,14-22). 

A samaritana conhecia bem o trabalho diário, as idas e vindas a estes poços, para abastecer sua casa, pois esta era uma tarefa que as mulheres realizavam. Porém, naquela manhã ficara surpresa: o que seria estes rios de águas vivas que fluiriam do interior do homem? Não imaginava que naquele dia experimentaria, no deserto sua vida, o cumprimento da promessa de Deus, feita pelo profeta Isaías: "Pois terei feito jorrar água no deserto, e correr arroios na estepe, para saciar a sede de meu povo, meu eleito" (Is 43,20). 

A BUSCA DA FELICIDADE
Este mundo, como a samaritana do poço de Jacó, também está desfalecendo por sede de Deus! São homens e mulheres vazios, de lábios ressequidos e corações gélidos. Uma geração de mente anestesiada, de "walkman" no ouvido e olhos hipnotizados nos vídeos, que recebe, passivamente, a doutrinação do príncipe deste mundo através dos meios de comunicação. São inseridos gradualmente na escola da reclamação, murmuração, insatisfação com tudo e com todos. Um povo obstinado, que busca a felicidade de todas as formas, incoerentemente, bem longe da fonte da verdadeira e eterna felicidade: Jesus. 

Este povo rebelde não sabe o que mata a sede. E na ânsia de saciá-la, bebe de todo tipo de água envenenada, sem vida que o mundo oferece: sexo, drogas, divertimentos libertinos, busca de dinheiro e bens, desejo de poder. São muitas águas que nos são oferecidas, mas nem toda água é própria para o consumo. A água potável é fresca, inodora, incolor, insípida, química e bacteriológicamente pura. Porém, as águas que este mundo oferece são mornas, fedidas, turvas, amargas e contaminadas. Elas aumentam a sede, levam a escravidão, aniquilam o espírito, e matam o homem. São as águas de Meribá, as águas da contestação de um povo rebelde, sem fé, que desaprendeu a orar (Nm 20,9-10); são como as águas do mar morto, cuja alta salinidade causa a mais completa ausência de vida animal e vegetal; são as águas amargas que Moisés encontrou no deserto de Sur: "Caminharam três dias no deserto sem encontrar água. Chegaram a Mara, onde não puderam beber de sua água, porque era amarga" (Ex 15,22-23); são as águas adocicadas, viciadas e viciantes das seitas, que aumentam a sede e causam dependências. 

A SEDUÇÃO AO POVO ESCOLHIDO
Que o mundo escolha estas águas é de se compreender. Afinal, o homem natural não experimentou da salvação e de todo tipo de graça que temos recebido. Mas, por incrível que pareça, uma parcela do povo escolhido de Deus optou pelas cisternas, e suas água estagnadas, às águas vivas do suprimento perene da graça de Deus para seus filhos. Preferiram as cisternas rachadas, trincadas, que de nada servem, à abundância dos mananciais de águas do Espírito. Trocaram a glória, o poder, a proteção, a provisão de Deus, por algo que não tem valor algum! Que não tem conteúdo! Cisternas rotas são cisternas vazias. Por isto, as palavras do profeta Jeremias, me soam mais atuais do que nunca: "O meu povo fez duas maldades: A mim, deixaram o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas" (Jr 2,13). 

AS ÁGUAS QUE TRANSFORMAM VIDA
Aquela samaritana não sabia na presença de quem estava, e nem tão pouco o tipo de água que estava sedenta. Sua sede era mais ampla, mais profunda, mais abrangente do que podia imaginar. Aquela mulher não podia nem imaginar o que Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo, o Messias esperado, o Senhor de todas as coisas, tinha reservado para ela: experimentar de águas que preenchem o interior, que trazem gozo e paz, que acabam com a ansiedade da alma! Ela lhe deu uma pequena caneca de água, e recebeu um rio caudaloso, que arrasta tudo o que vê pela frente, que não pode ser detido por nada, que flui poderosamente vida para todo lado, e que só vai cessar de verter na eternidade. 

Que glória! Jesus veio nos trazer certas águas que os profetas e pastores, em seus poços, não tiveram acesso: as águas vivificantes do Espírito de Deus. Estas águas vivas são o Espírito Santo. Elas têm qualidade e características inigualáveis. Elas refrescam a alma, restauram o interior, e realizam um novo revestimento externo no homem. Quando estes rios de águas vivas, que trazem vida a tudo o que tocam encontrarem com o Mar Morto de nossas vidas, farão com que levantemos de nossos sepulcros caiados, e vivamos uma vida nova, "de sorte que suas águas se tornarão mais saudáveis" (Ez 47,8). Aí reaparecerão os peixes, os pescadores, e a vida se tornará abundante em todos os cantos de nossa existência. Isto é visitação real de Deus. Isso é avivamento espiritual! 

Quando Jesus diz a samaritana: "Todo aquele que beber desta água, tornará a ter sede. Mas à água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna" (Jo 4,13-14), ele está dizendo a mim e a você que somente o Senhor pode saciar a sede espiritual. A sede mais profunda do homem é a sede de Deus; é a sede de uma experiência real com o seu Salvador e Rei. Foi neste espírito que Davi orou: "Como a corça anseia pelas águas vivas, assim minha alma suspira por ti, ó meu Deus" (Sl 41,2). 

Em Jesus, fonte da qual emana os rios de virtudes e o poder divino, a salvação alcançou o homem. Pelo Espírito Santo, as águas vivas que constroem a nova criação de Deus, os homens voltam à casa do Pai. Assim, estes rios que nascem no trono de Deus, realizam na terra sua obra de restauração do homem, pelo Filho e pelo Espírito, levando até o Pai uma nova geração de homens vitoriosos. E quando experimentamos desta graça, acontece em nossas vidas o que aconteceu com Sansão: "Então o Espírito do Senhor se apossou dele tão poderosamente, que o fendeu de alto a baixo, como quem fende um cabrito, sem ter nada na sua mão" (Jz 14,6). 

Jesus é a rocha que uma vez golpeada (pela lança) jorra o sangue da salvação e as águas da vida eterna; Ele é o cordeiro que morreu no madeiro para nos purificar e nos tornar doces (Ex 15,25); a fonte que sara "estas águas. Jamais causarão morte nem esterilidade" (2Reis 2,21); a santa dinamite que explode todos os grilhões, rompe as cadeias, desmorona os calabouços; O fogo demolidor que transforma tudo, tudo, absolutamente tudo o que encontra; o amor pleno que devolveu a dignidade às prostitutas e publicanos; a oportunidade de Deus aos coxos, mudos, cegos, paralíticos físicos e espirituais. Ele é o templo donde emana um rio que não tem fim e que restaura a nossa dignidade, a nossa saúde, a nossa sorte; Ele é a fonte das poderosas torrentes de águas vivificantes e purificadoras do Espírito de Deus: "derramarei sobre vós águas puras, que vos purificarão de todas as vossas imundícias e de todas as vossas abominações" (Ez 36,25). Portanto, não podemos nos contentar com o que experimentamos até agora. Jesus está conosco! Esta fonte está jorrando dentro de nós. Não podemos nos deter na superficialidade das coisas deste mundo. 

Nós só experimentamos até agora a pontinha do "iceberg" do poder de Deus. O Espírito Santo tem muito mais, infinitamente mais para nos dar. Os mananciais de águas vivas do Senhor vão muito além do novo nascimento, da experiência da conversão, ou da certeza da salvação. À força destas águas, vamos nos deixar guiar docilmente pelo curso da graça de Deus em nossas vidas. Chegou à hora deste mundo experimentar o que a Igreja deste século, cheia do Espírito Santo pode fazer! Precisamos deixar o Espírito Santo incendiar os nossos corações! Chegou a hora de irmos mais além e bebermos abundantemente da maravilhosa fonte de águas vivas do Espírito! Amém!

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